Audiências públicas em Francisco Beltrão, União da Vitória e Irati discutem o uso de agrotóxicos
(Curitiba, 18/6/2019) O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) participou, nesta semana, de uma série de audiências públicas para discutir o uso de agrotóxicos nos municípios de Francisco Beltrão, União da Vitória e Irati. Os objetivos foram informar a população da região sobre a quantidade de agrotóxicos consumida e o impacto no meio ambiente, além de propor políticas públicas, como a formação de um fórum regional que permanentemente possa debater esse tema.
De acordo com a procuradora regional do Trabalho Margaret Matos de Carvalho, as audiências públicas são essenciais para manter a população informada. “Nós precisamos cada vez mais debater o tema, já que informações são escassas a respeito desse assunto - portanto a população desconhece o quanto está exposta, os malefícios advindos dessa exposição e que pouco tem sido feito para proteger a saúde pública e o meio ambiente.”
Nas audiências também foram repassados números regionais sobre as altas incidências de câncer e do nascimento de bebês com málformações decorrentes da exposição das gestantes aos agrotóxicos.
Em eventos como as audiências públicas realizadas nesta semana, a ideia é provocar questionamentos. “O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Mas não somos o maior país e nem temos a maior produção agrícola do mundo – estamos atrás de países como os Estados Unidos, por exemplo, que não é o maior consumidor mundial. Então, isso tem um significado muito importante: indica que não protegemos nossa população mas, sim, os interesses econômicos das empresas que lucram comercializando esses produtos. Podemos afirmar que os brasileiros estão sendo envenenados propositalmente, com o objetivo de enriquecimento de poucos – principalmente das poucas indústrias de agrotóxicos.”
Margaret lembra que o Brasil aceita o uso de agrotóxicos que são proibidos na maioria dos países. “Por isso é importante discutir a razão pela qual o Brasil consome tanto veneno e por que de permitimos que venenos proibidos em outros países possam ser consumidos aqui.”
Consumo – De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), em 2017 a agricultura brasileira usou 539,9 mil toneladas de pesticidas. E este número tende a aumentar, graças à velocidade da liberação de agrotóxicos. Só em 2019, até meados de maio, foram registrados 169 produtos liberados – mais do que em todo o ano de 2015, quando os registros de pesticidas começaram a aumentar no país.
As audiências públicas (que aconteceram entre os dias 17 e 19 de junho) são uma iniciativa do MPT-PR, Fórum Estadual do Combate ao Agrotóxico, Associação Paranaense dos Expostos ao Amianto (Aprea), Campanha Viva Sem Veneno e Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
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