MPT-PR não quer trabalho de gandulas de 12 anos na Copa

20140312
20140312

Entre outras deliberações, Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil enviou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) moção contra a permissão do trabalho infantil

Curitiba – Na tarde da última segunda-feira (10) aconteceu, no auditório o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR), mais um Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Regularização do Trabalhador Adolescente (Feti-PR).

O Fórum é coordenado coletivamente pelo MPT-PR, Secretaria Regional do Trabalho e Emprego do Paraná (SRTE-PR), Secretaria da Família e Desenvolvimento Social do Paraná (Seds), Secretaria de Estado da Educação (SEED) e Associação Fênix. A reunião foi conduzida pela procuradora Margaret Matos de Carvalho e contou com a presença de representantes de órgãos públicos estaduais e municipais (Secretaria da Família, Secretaria da Saúde, Secretaria do Trabalho, Secretaria da Educação), conselheiros tutelares de cidades do litoral, da região metropolitana de Curitiba e do interior do Estado, entre outros.

A discussão se concentrou nas três campanhas de prevenção e erradicação do trabalho infantil que deverão realizadas nos próximos meses: Trabalho Infantil Doméstico (Dia Nacional do Trabalhador Doméstico em 27/04), Dia Nacional de Combate á Exploração Sexual Comercial de Crianças e Adolescentes (18/05) e o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil (em 12/06). Ficou definido que as campanhas deverão ser veiculadas principalmente em rádios e nos veículos do transporte coletivo dos 26 municípios que apresentam os piores indicadores no Estado em relação ao número de crianças e adolescentes explorados no trabalho. O material será distribuído também nas escolas públicas estaduais e em unidades básicas de saúde. Além disso, será realizada reunião com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) na tentativa de sensibilizar toda a rede de supermercados a aderir às campanhas por meio de impressão do material nas sacolinhas plásticas que são distribuídas aos clientes.

A principal deliberação foi o de encaminhar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com cópia para a Secretaria Nacional de Direitos Humanos (Comitê Nacional da Copa) e ao Fórum Nacional de Erradicação e Prevenção do Trabalho Infantil, uma moção de desagravo ao fato de o CNJ ter aprovado a Resolução de nº 13, autorizando o trabalho de gandulas a partir de 12 anos de idade, o que fere a Constituição Federal e Tratados Internacionais firmados pelo Brasil. Em razão da natureza da atividade, o trabalho como gandula somente é permitido a partir de 18 anos de idade.

ASCOM / MPT-PR

Liminar obtida pelo MPT-PR interdita frigorífico Palmali, na região de Pato Branco

Palmali foto
Palmali foto

Curitiba – O Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) obteve, no dia 28 de fevereiro, liminar em ação cautelar de interdição das serras-fitas do Frigorífico Palmali, situado na região de Pato Branco, no Paraná. A empresa possui cerca de 550 empregados e abate cerca de 1.300 suínos por dia.

A liminar, concedida pelo juiz do trabalho Lucas Furiati Camargo, da Vara do Trabalho de Palmas, acolheu o requerimento da ação ajuizada pelo coordenador nacional do Projeto Nacional de Adequação das Condições de Trabalho em Frigoríficos, o procurador do trabalho Heiler Natali, do Ministério Público do Trabalho em Londrina, e das Procuradoras Priscila Schvarcz e Sofia Vilela, ambas do MPT em Pato Branco. A inspeção foi realizada no dia 26.

A ausência de proteção já acarretou na amputação parcial da mão de um empregado. Além das serras-fitas, ainda podem ser interditadas administrativa e judicialmente outras atividades e ambientes, como a sala de máquinas, onde está situado o sistema de refrigeração por amônia e o setor de caldeiras em que se detectou vazamento do gás, totalmente em desacordo com as normas regulamentadoras (NRs 13 e 36), e a atividade de escalpelamento da pele dos suínos, realizadas com maçaricos operados sem qualquer proteção, e todo o setor de graxaria. “Há setores nesse frigorífico em que as condições de trabalho chegam a ser medievais e muita coisa precisa ser feita até que padrões mínimos de segurança, saúde e dignidade sejam estabelecidos”, afirma o procurador Heiler Natali. Para a procuradora Priscila Schvarcz, que conduz inquérito civil em face do frigorífico em questão, novos casos de amputação poderiam voltar a ocorrer se não houvesse a interdição das serras-fita. “Caso a empresa não promova de imediato o ajustamento de sua conduta, outras medidas de interdição deverão ser propostas”, concluiu a procuradora.

A liminar concedida determina, até a adequação final das serras-fitas interditadas, a remoção imediata de todas as serras-fitas do estabelecimento para local visível aos empregados – sob pena de multa diária de R$20 mil por equipamento e interdição total do estabelecimento. Ainda foi vedada a utilização de equipamento em substituição que não atenda os preceitos da NR 12, bem como autorizada a Federação dos Trabalhadores das Indústrias da Alimentação do Estado do Paraná a ingressar no estabelecimento para também auxiliar na fiscalização do cumprimento da liminar.

Há menos de um mês o Frigorífico Rainha da Paz, situado na região metropolitana de Londrina, foi interditado judicialmente pelos mesmos motivos, após ação do Ministério Público do Trabalho no Paraná.

ASCOM / MPT-PR

MPT debate estratégias para garantir direitos aos catadores de resíduos

foto2
foto2

Campo Grande (MS) - Medidas previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para inclusão dos catadores motivaram o encontro realizado no dia 27 de fevereiro, na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), em Campo Grande. Procuradores que integram o Grupo de Trabalho Cidadania Catadores, instituído nacionalmente, reuniram-se para elaborar um guia de práticas para atuação dos membros no país.

O grupo de trabalho é formado pelas procuradoras Margaret Matos de Carvalho, do MPT do Paraná, Alzira Melo Costa, do Amazonas, Marcela Monteiro Dória, do Mato Grosso, e Simone Rezende, do Mato Grosso do Sul. O encontro contou, ainda, com a participação do procurador de justiça do Ministério Público do Estado do Paraná, Saint-Clair Honorato Santos. O objetivo da reunião, segundo Simone Rezende, foi o de elaborar material de apoio para a atuação institucional.

A iniciativa pretende assegurar renda e condições dignas de trabalho para quem atua na atividade de catação de resíduos, com o fim próximo dos lixões. A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a eliminação das unidades de destinação inadequada de resíduos, principalmente dos depósitos a céu aberto, até agosto de 2014. Para isso, os municípios brasileiros e estados precisam elaborar plano de gestão e aprovar leis para implantação da coleta seletiva.

foto3 1
foto3 1

Segundo dados do Comitê Interministerial de Inclusão Social dos Catadores de Materiais Recicláveis (CIISC), no Brasil, ainda existem mais de 2.500 lixões e 800 aterros controlados. Com o encerramento dos lixões, o MPT pretende garantir que as prefeituras promovam a inclusão social e produtiva dos catadores de materiais recicláveis conforme previsto no Programa Pró-Catador, como obrigação do poder público de contratação e remuneração dos catadores de resíduos para atuar no processo de reciclagem.

Reconhecimento social - Os procuradores também se reuniram com catadores de Campo Grande ligados ao Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, integrantes de entidades que têm atuado na construção do Comitê Pró-catadores de Mato Grosso do Sul e do Ministério Público do Estado (MPE). Os grupos de catadores reivindicam infraestrutura e condições dignas para trabalhar com qualidade de vida. Para a procuradora-chefe do MPT no Amazonas, Alzira Costa, a garantia de rendimento adequado a esses trabalhadores representa o reconhecimento social dessa atividade de separação de recicláveis, desempenhada historicamente por eles, e tão importante para o meio ambiente e para a sociedade.

ASCOM/MS

MPT-PR obtém liminar contra Ferroeste, que demitia funcionários aprovados em concurso público sem justificativa

Curitiba - No dia 28 fevereiro, o Ministério Público do Trabalho no Paraná (MPT-PR) obteve liminar da Justiça do Trabalho, após ação civil pública ajuizada contra a Ferroeste Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A, sociedade de economia mista que tem o Governo do Paraná como seu maior acionista. Após investigações realizadas pelo MPT-PR, foi constatado que os trabalhadores aprovados em concurso público, em 2008, estão sendo dispensados sem motivação ou qualquer procedimento administrativo, sendo substituídos por trabalhadores terceirizados. Com a liminar, todos os empregados dispensados pela empresa serão readmitidos. A ação foi ajuizada pela Procuradora Regional do Trabalho Mariane Josviak.

Segundo o MPT-PR, embora a Ferroeste seja empresa de economia mista e seus contratos de emprego sejam submetidos às normas da CLT, a empresa não pode deixar de seguir os princípios da Administração Pública, dentre eles o de explicar os motivos da dispensa de seus empregados, de forma clara, objetiva e fundamentada. Em defesa, a Ferroeste alegou que a empresa não é uma fundação pública, porém, a Justiça do Trabalhou recusou a argumentação.

A multa para a Ferroeste, caso não reintegre os trabalhadores concursados dispensados sem a devida motivação, é de R$1 mil por trabalhador não reintegrado. Além disso, a empresa deverá justificar toda e qualquer dispensa de empregado, sob pena de multa no valor de R$ 20 mil por trabalhador que não tenha seu ato de dispensa motivado. Ainda, a empresa não poderá contratar empregados terceirizados para realização de suas atividades, sob multa de R$100 mil por contrato firmado.

A empresa - A empresa foi criada para projetar, construir e operar uma ferrovia entre as cidades de Guarapuava (PR), Guaíra (PR) e Dourados (MS), servindo o oeste e extremo-oeste paranaense, Mato Grosso do Sul, Paraguai e norte da Argentina, com vistas ao transporte de grãos agrícolas e insumos para o plantio. Trata-se de uma empresa de economia mista, vinculada à Secretaria dos Transportes, com o controle acionário majoritário do Governo do Estado do Paraná. A Ferroeste detém a concessão, conforme Decreto do Governo Federal nº 96.913/88, para construir, manter e operar a ferrovia.

ASCOM/MPT-PR

Nova etapa do dissídio sobre a greve do transporte público de Curitiba é julgada hoje (27)

IMG 0010interna
IMG 0010interna
Procurador do Ministério Público do Trabalho, André Lacerda, e desembargadora Ana Carolina Zaina, Vice-Presidente do TRT

 

Curitiba - Às 14h de hoje, uma nova etapa do julgamento sobre a greve do transporte público de Curitiba é realizada no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). Depois de ter determinado, ontem, o retorno de 50% da frota às ruas, hoje a desembargadora Ana Carolina Zaina, juntamente com os procuradores regionais do trabalho André Lacerda e Luis Carlos Burigo, do Ministério Público do Trabalho no Paraná, deve debater as reivindicações da categoria, entre elas o ganho real de 16%.

O procurador regional do trabalho André Lacerda explicou alguns pontos que estão em jogo:

Reajuste
"Discutiremos o reajuste dos salários. A partir daí, os envolvidos terão que avaliar possíveis avaliações na planilha de cálculo para fixar um novo valor da passagem, ou não".

Direito à greve e retorno às atividades
"O direito à greve é universal e atinge todos os trabalhadores. No entanto, há algumas regras estabelecidas pela Constituição Federal, em seu artigo 9º, e pela Lei nº 7.783/89. Entre elas, está a garantia de que uma parcela dos serviços essenciais à população seja mantida. A lei não estabelece uma porcentagem, mas em geral, no caso do transporte público, é de 70%. O Sindicato dos trabalhadores não poderia ter paralisado, como aconteceu até ontem, 100% do serviço. O MPT-PR tentou, ontem, fazer com que retorno das atividades representasse 70% da frota, entendendo que o serviço público de transporte de Curitiba já atende a população em um mínimo de sua necessidade. No entanto, a desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT-PR, entendeu que o desconforto decorrente da greve é natural, e não quis esvaziar o movimento. Ficou determinado que o retorno deveria ser de 50% das atividades".



IMG 0039interna
IMG 0039interna
Audiência foi no plenário Alcides Nunes Guimarães, na sede do TRT-PR

Lockout
"A greve dos empregadores, chamada de lockout, em que a entidade patronal se recusa a fornecer meios para a realização do trabalho, é ilegal. Dentre as atribuições institucionais do Ministério Público do Trabalho está a investigação, quando da existência de indícios que possam levar a caracterização do lockout. No entanto, até o momento nenhuma denúncia foi recebida e não há elementos concretos para presumir que a atividade foi realizada".

Ação cautelar da URBS
"
A URBS entrou com uma ação cautelar na 18ª Vara do Trabalho, e obteve decisão da juíza Anelore Rothemberger Coelho determinando retorno de 70% dos ônibus à atividade. No entanto, dissídios coletivos devem ser julgados em segundo grau, ou seja, diretamente por desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho, com a presença de procuradores regionais do trabalho do MPT. Dessa forma, a desembargadora Ana Carolina Zaina revogou em parte a liminar obtida pela URBS em primeiro grau". 

ASCOM/MPT-PR